sexta-feira, 10 de julho de 2015

A História de um DJ surdo

Frankie Wilde era o DJ mais extraordinário da quintessencial ilha de Ibiza. Técnica insuperável e tracks marcantes fizeram sua história como uma das grandes lendas da música eletrônica, deixando boas lembranças na memória de figurões como Carl Cox, Tiesto e Paul van Dyk. Infelizmente, consumido por álcool e drogas, deixa de lado a música ao mesmo tempo em que, aos poucos, perde sua audição. Trágica história de como a fama destrói um grande artista... O quê? Nunca ouviu falar Frankie Wilde? Nunca viu um release dele no Beatport? Nunca viu ele tocar na Pacha? Nunca viu ninguém no Orkut pedindo para ele tocar na XXXperience? É porque se trata de um personagem de ficção, protagonista do filme canadense "It's All Gone Pete Tong" (com o tenebroso título brasileiro "Ritmo Acelerado"). Trata-se de um "mockumentary", um filme de ficção que usa artifícios como verossimilhança e depoimentos de pessoas reais para tentar parecer, o tanto quanto possível, real. Mostrando a vida de astro de rock do grande rei de Ibiza, a fita acaba passando aquele clichê quase moralista de que a fama e o dinheiro corrompem, sem falar velha trama fatalista com inspiração no catolicismo: se frequentas festas, usas drogas e fornicas promiscuamente, terás seu castigo. Mesmo apelando para o enredo fácil, o filme tem seus méritos. Trata-se de um retrato bastante interessante dos DJ's megastars que dominaram a cena eletrônica nos anos 90 e início dos anos 2000. Ainda, destacam-se os comentários de alguns DJ's de verdade com status de estrela de rock, o que pode dar aos desavisados a impressão de que se trata de uma obra biográfica. Enfim, mesmo sendo de 2004, é uma boa diversão, com suas falhas e acertos. Contudo, sendo uma das poucas histórias que o cinema conta sobre o mundo da música eletrônica, assisti-lo é quase obrigatório! Ah, uma dica: quando assistir, cuidado com o volume do fone!













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